domingo, 22 de abril de 2012

Mentha

Mentha L. é um género botânico da família Lamiaceae, cujas espécies são vulgarmente chamadas mentas ou hortelãs. As mentas são plantas herbáceas vivazes, compreendendo dezenas de espécies, das quais muitas são cultivadas em função de suas propriedades aromáticas, condimentares, ornamentais ou medicinais. No nosso canto temos ao todo 5 espécies que passo a descrever um pouco.

Poejo (Mentha pulegium)



É uma das espécies mais conhecidas do género Mentha. Tem raízes rizomatosas e cresce bem em sítios húmidos ou junto de cursos de água, onde pode ser encontrada na sua forma selvagem entre gramíneas e outras plantas. Os seus eretos talos quadrangulares, muito ramificados, podem chegar a medir 30 e até 40 cm. As folhas são lanceoladas e ligeiramente dentadas, de cor entre os verdes médio e escuro. Dispõem-se opostamente ao longo dos talos. As diminutas flores rosadas nascem agrupadas em densas inflorescências globosas. Esta planta aromática, de crescimento espontâneo, é conhecida há séculos em todo o Mediterrâneo e Ásia ocidental. O termo pulegium deriva da palavra latina pulex (pulga), deve-se ao antigo costume de queimar poejo no interior das casas para repelir estes insetos. Na Nova Inglaterra, é conhecido como folha da bíblia.

O poejo na culinária

No nosso país é usada na culinária, infusões e também para o fabrico de licores, tal como o que fazemos cá em casa.

O poejo na medicina popular

Expectorante, contra a gripe, tosse crónica, calmante para o sistema nervoso, constipações, insónias, dores reumáticas, acidez do estômago, fermentação, enjoo, bronquite e asma. O peojo também é conhecido pelas suas propriedades carminativas (contra a flatulência), relaxantes e até como emenagoga (substância que restabelece ou provoca a menstruação), quando tomada em infusão. Por extração de óleo essencial, também pode ser usada em aromoterapia.

Hortelã-verde (Mentha spicata) 


É também conhecida como hortelã-das-hortas, hortelã-comum, hortelã-das-cozinhas, hortelã-dos-temperos ou simplesmente hortelã, é uma planta herbácea perene, da família Lamiaceae (Labiadas), atingindo 30 – 100 cm. Existem inúmeras variedades cultivadas. É uma planta originária da Ásia, mas há muito que é cultivada em todo o mundo, devido às essências aromáticas presentes em toda a planta, principalmente nas folhas. Tolera bem muitas condições climatéricas, desde que não falte água. Em climas frios pode perder as partes aéreas no Inverno, sobrevivendo através dos seus rizomas, que só morrem se o solo congelar completamente. Por vezes, é simplesmente cultivada como planta ornamental.

A hortelã na culinária

É utilizada como tempero, como aromatizante em certos produtos alimentares, ou para a extração do seu óleo essencial. Na cozinha liga bem com sopas, saladas, molhos, carnes, peixes, doces à base de chocolate e de limão. Podem-se adicionar folhas a gosto aos cozinhados.

A hortelã na medicina popular

É também utilizada como planta medicinal, estando inscrita nas farmacopeias de muitos países da Europa. De entre as inúmeras virtudes citadas, podem destacar-se: estimulante, estomacal. A hortelã é usada nas atonias digestivas, flatulências, dispepsias nervosas, empregado nas palpitações e tremores nervosos, vómitos, cólicas uterinas, útil nos catarros brônquicos facilitando a expectoração. O chá feito de hortelã é um ótimo calmante. Em geral usa-se o óleo essencial ou uma infusão das folhas e sumidades floridas.

Composição

Tal como é típico dos óleos essenciais do género Mentha, M. spicata produz uma série de monoterpenos derivados do limoneno por oxidação. Nesta espécie estão presentes a carvona: mais de 60%, a mentona: 34-42%, o mentofurano: 34-30%, a pulegona: 14-22%, o acetato de mentila: 3-7% e o mentol: 5-8%. Devido a estas substâncias, a indústria farmacêutica utiliza os óleos essenciais com diversas aplicações.

Hortelã-pimenta (Mentha x piperita) 
É uma hortelã híbrida obtida do cruzamento entre Mentha aquatica e Mentha spicata. É usada popularmente como descongestionante nasal, antigripal, vermífuga, digestiva e analgésica. Também é usada como condimento. Possui mentol, substância da classe dos terpenos originalmente extraída do óleo essencial desta espécie.

Hortelã-da-ribeira (Mentha cervina)


Também conhecida como erva-peixeira ou ainda como alecrim do rio, a Mentha cervina foi classificada outrora como Preslia cervina, representando para os botânicos da altura a única espécie do seu género. É um endemismo ibérico, pelo que representa um património genético e cultural que urge defender, já que esta planta vai rareando na natureza a uma velocidade preocupante. Facilmente pode ser cultivada no jardim para depois tirar partido do seu fantástico aroma e das suas particulares propriedades enquanto planta condimentar, praticamente esquecida da tradição gastronómica portuguesa. Ainda há quem a utilize, normalmente em regiões do interior, como por exemplo, na foz do rio Sabor, onde algumas tascas e restaurantes típicos servem peixes do rio fritos, regados com o molho da erva-peixeira. Também no Alentejo, onde é conhecida como hortelã-da-ribeira, vai sendo utilizada da mesma forma. Vivaz, como todas as Mentha, a floração ocorre entre Junho e Setembro, produzindo inúmeras flores brancas que atraem insetos úteis em abundância, sendo também uma ótima planta de companhia para tomateiros, couves, alfaces e outras, já que repele certas pragas. Resistente às geadas, prefere solos ricos em matéria orgânica, húmidos, expostos ao sol, embora consiga adaptar-se perfeitamente a situações de sombra. Gosta de ser bem irrigada de Verão. Excelente alternativa para cultivar na proximidade de lagos, zonas húmidas, piscinas biológicas e até em vasos de plantas maiores, como planta de revestimento.
A propagação pode fazer-se por sementeira, na Primavera, embora seja muito mais simples de propagar por estacaria ou divisão de rizomas, em qualquer altura do ano, sendo mais vantajoso fazê-lo desta forma, pois existe forte possibilidade de variabilidade genética quando se efetua a sementeira, já que todas as Mentha hibridam com alguma facilidade.
É sensível a doenças, como o oídio e podridões radiculares, que prejudicam ou destroem mesmo a planta. Uma boa forma de as evitar é podar constantemente a planta de forma a estimular novos crescimentos. Esta planta está ainda muito pouco estudada quanto à sua constituição e propriedades medicinais. Deve colher-se assim que começam a surgir as primeiras sumidades floridas.

A hortelã-da-ribeira na culinária

De aroma quente e mentolado, liga bem com carne de porco, peixe do rio, sopas e molhos de tomate. Podem-se adicionar folhas a gosto aos cozinhados. Utiliza-se a planta inteira, fresca ou seca, na preparação de infusões, que produzem um forte aroma, semelhante ao do poejo, mas mais rústico, e que tradicionalmente é utilizada como digestivo. Também pode acompanhar saladas, sopas, queijos e molhos.

Utilizações diversas

Tal como o poejo, a planta seca ou o seu óleo essencial são ótimos repelentes de ratos, que detestam o cheiro. Pode ser utilizada para espalhar em galinheiros, canis ou em zonas de armazenamento de cereais, de forma a mantê-los afastados.

Menta-chocolate (Mentha pipeita cv.) 


Não sabe a chocolate, mas o seu aroma assemelha-se aos famosos chocolates After Eight. Apresenta duas fases de desenvolvimento. Na primavera floresce, crescendo ao sol na vertical. Após o período de floração cria guias subterrâneas que cobrem rapidamente uma longa distância em pouco tempo. São plantas fabulosas para atrair insetos polinizadores.

A menta-chocolate na culinária

Pode ser adicionada ao chá preto ou podemos fazer infusões simplesmente com ela. Menta chocolate ótima para aromatizar saladas, sejam de legumes ou de fruta. Também é muito usada em sobremesas, gelados, cocktails e licores. Neste momento estamos a fazer licor, pois o seu aroma é muito intenso e agradável.

Todos os textos anteriores foram adaptados de www.wikipedia.com e de http://cantinhodasaromaticas.blogspot.pt/



Alecrim

Alecrim (Rosmarinus officinalis)


Características gerais

Trata-se de um arbusto muito ramificado, sempre verde, com hastes lenhosas, folhas pequenas e finas, opostas, lanceoladas. A parte inferior das folhas é de cor verde-acinzentada, enquanto a superior é verde brilhante. As flores reúnem-se em espiguilhas terminais e são de cor azul ou esbranquiçada. Floresce quase todo o ano e não necessita de cuidados especiais nos jardins.
Toda a planta exala um aroma forte e agradável. Utilizada com fins culinários, medicinais e religiosos, a sua essência também é utilizada em perfumaria, como por exemplo, na produção da água-de-colónia, pois contém tanino, óleos essenciais, pineno, cânfora e outros princípios ativos que lhe conferem propriedades excitantes, tônicas e estimulantes.
A sua flor é muita apreciada pelas abelhas produzindo assim um mel de extrema qualidade. Há quem plante alecrim perto de apiários, para influenciar o sabor do mel.
Devido à sua atratividade estética e razoável tolerância à seca, é utilizado em arquitetura paisagista, especialmente em áreas com clima mediterrânico. É considerada fácil de cultivar para jardineiros principiantes, tendo uma boa tolerância a pragas.
O alecrim é facilmente podado em diferentes formas.
Quando cultivado em vasos, aconselha-se a ser mantido de preferência aparado, de forma a evitar o crescimento excessivo e a perda de folhas nos seus ramos interiores e inferiores, o que poderá torná-lo um arbusto sem forma e rebelde. Apesar disso, quando cultivado em jardim, o alecrim pode crescer até um tamanho considerável e continuar uma planta atraente.
Pode ser propagado a partir de uma planta já existente, através do corte de um ramo novo com cerca de 10 – 15 cm, retirando algumas folhas da base e plantando diretamente no solo.

Fonte: www.wikipedia.com

O alecrim na culinária

O alecrim é fortemente aromático, quente e apimentado. Tradicionalmente utilizado em problemas de anorexia, falta de memória, digestões lentas, flatulência e também como ativador da circulação e anti-inflamatório. Na cozinha liga bem com peixes, vitela, carneiro e porco. Fresco (preferencialmente) ou seco, é apreciado na preparação de aves, caça, carne de porco, salsichas, linguiças e batatas assadas. Na Itália é utilizado em assados de carneiro, cabrito e vitela. Em churrascos, recomenda-se espalhar um bom punhado sobre as brasas do carvão aceso, perfumando a carne e difundindo um agradável odor no ambiente. Pode ser utilizado ainda em sopas e molhos.

O alecrim na medicina popular

A medicina popular recomenda o alecrim como um estimulante às pessoas atacadas de debilidade, sendo usado também para combater as febres intermitentes e a febre tifóide.
Uma tosse pertinaz desaparecerá com infusões de alecrim, que também se recomendam a todas as pessoas cujo estômago seja preguiçoso para digerir.
Também apresenta propriedades carminativas, emenagogas, desinfetantes e aromáticas. É ainda relaxante muscular, ativador da memória e fortalece os músculos do coração. Cientistas dizem que ramos de alecrim deveriam ser dependurados em oficinas e áreas onde crianças fazem tarefas escolares para um melhor funcionamento da memória.
Infusão de alecrim: 500 ml de água para duas colheres de sopa da planta fresca ou seca; coloca-se a água num recipiente e eleva-se a temperatura até a água começar a ficar esbranquiçada com as pequenas bolhas de gás no seu interior. Apaga-se o lume e adiciona-se o alecrim, Deixa-se me repouso 10 a 15 minutos e serve-se a gosto.






Bolo de Pêra Abacate

Os nossos vizinhos deram-nos 3 pêras abacate. Não entra muito nos nossos hábitos alimentares, mas aceitámos pois algo haveríamos de pensar.
Após alguma pesquisa na Internet, aqui saiu um bolo que, modéstia à parte, ficou mesmo muito bom. Não poderíamos dar a receita sem antes verificarmos se tinha realmente ficado saboroso. Por isso já lhe falta uma fatia.

Então aqui vai a receita:
Ingredientes:
2 Pêras Abacate bem maduras
3 chávenas de chá de açúcar
3 chávenas de chá de farinha para bolos
4 ovos
1 colher de sopa bem cheia de farinha maisena
1 colher de sobremesa bem cheia de canela
1 colher de sobremesa de fermento em pó
1 chávena de chá de óleo
Raspa de limão q.b.

Preparação:
Ligue o forno nos 180⁰. Unte uma forma com manteiga e polvilhe com farinha.
Num liquidificador coloque a pêra abacate descascada e sem caroço, as gemas, o açúcar, o óleo e a canela e triture tudo até ficar uma massa bem homogénea.
Numa tigela misture a farinha, a farinha maisena e o fermento e vá juntando cuidadosamente a massa anterior envolvendo bem. Adicione a raspa de limão. Bata as claras em castelo e junte à massa.
Deite a massa na forma. Leve ao forno a cozer durante 30 minutos.

Posso dizer que ficou uma delícia, de sabor delicado mas sem se sentir o sabor da pêra abacate, que muita gente não gosta.

Com a outra pêra abacate fizémos algo para experimentar. Tem um sabor exótico e só mesmo quem gosta deste tipo de sabores é que irá gostar disto:
Num copo misturador coloca-se a pêra a abacate previamente descascada, aos pedaços, 3 colheres de açúcar e 3 colheres de vinho do Porto. Com a varinha mágica tritura-se tudo em puré. Deita-se numa taça pequena e polvilha-se com canela.